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Clinicamente editado e revisado por THE BALANCE Esquadrão
Fato verificado

Zolpidem (com as marcas Patz SL, Stilnox e Stilnox CR) é um medicamento prescrito para o tratamento de insônia (8), isto é, dificuldade em adormecer ou manter-se a dormir. Zolpidem pertence à classe dos sedativos hipnóticos e opera na redução da atividade cerebral para permitir o sono.

Zolpidem

Zolpidem pode provocar efeitos colaterais (1, 7). Você deverá informar seu médico no caso de alguns destes sintomas se tornarem severos ou se não desaparecerem: 

  • Sonolência, cansaço;
  • Dor de cabeça;
  • Tonturas, sensação de desmaio, dificuldade em manter o equilíbrio;
  • Náusea, obstipação, diarreia, flatulência;
  • Azia, dor de estômago, alterações no apetite,boca ou garganta seca;
  • Tremor incontrolável de uma parte do corpo;
  • Dor, ardor, entorpecimento ou formigueiro nas mãos, braços, pés ou pernas;
  • Sonhos estranhos;
  • Rubor, ardor ou formigueiro da língua com os comprimidos sublinguais;
  • Silvo, dor ou comichão nos ouvidos;
  • Olhos vermelhos;
  • Dores musculares ou cãibras;
  • Dores do pescoço, das costas ou das articulações;
  • Sangramento menstrual abundante.

Alguns efeitos secundários podem ser graves. Se experienciar algum dos sintomas seguintes contacte seu médico imediatamente: 

  • Urticária, vermelhidão, comichão, inchaço dos olhos, da face, dos lábios, da língua ou da garganta;
  • Sentir que a garganta está a fechar;
  • Dificuldade em respirar ou engolir;
  • Sensação de falta de ar;
  • Olhos amarelados; 
  • Fezes claras; 
  • Náusea;
  • Vômitos;
  • Batimento cardíaco forte;
  • Dor de peito;
  • Visão embaçada ou outros problemas de visão;
  • Rouquidão. 

Zolpidem pode provocar outros efeitos colaterais não descritos neste ponto. Contacte seu médico caso tenha problemas invulgares enquanto for usuário desta medicação.

Zolpidem é classificado como uma medicação hipnótica não benzodiazepínica (4). Esta medicação direciona-se aos receptores do cérebro que respondem ao ácido gama-aminobutírico (receptor denominado ômega 1 GABA A), um neurotransmissor que afeta os ciclos do sono, as respostas emocionais e os níveis de consciência. 

Leia também: Perigos de overdose de zolpidem

Zolpidem foi desenhado para operar de forma similar aos medicamentos da família dos benzodiazepínicos, como Diazepam, os quais têm sido prescritos para dormir há muitos anos. Em resultado, muitos dos riscos de longo prazo para a saúde são similares às complicações das benzodiazepinas como Valium ou Lorazepam. 

Alguns efeitos físicos colaterais do uso prolongado de zolpidem incluem problemas digestivos, fadiga crônica, dores de cabeça frequentes, boca seca, dores musculares e má coordenação motora.

Efeitos colaterais de longo prazo do zolpidem

Pessoas que tomam grandes quantidades de zolpidem, ou que têm uma dependência ou um padrão abusivo de consumo de zolpidem, podem experienciar: dificuldades digestivas, fadiga persistente, dores de cabeça recorrentes, boca seca, dores musculares, deficiente controlo muscular, tonturas, sonolência, depressão e/ou pensamentos suicidas (10), alucinações, confusão, ansiedade, pesadelos, insônia, sintomas de privação entre doses, problemas familiares, desemprego, bancarrota e adição.

Apesar de que a maior parte das pessoas que usam zolpidem numa base de longo prazo não reportam efeitos adversos, algumas pessoas têm referido uma gama de efeitos negativos a nível gastrointestinal, respiratório, cardiovascular e do sistema nervoso central (11).

A overdose é também possível, com efeitos reportados desde níveis marcadamente diminuídos de consciência, sonolência, coma e até comprometimento cardiovascular e/ou respiratório e morte. Os riscos de overdose do uso de zolpidem são significativamente maiores quando é tomado em combinação com álcool ou outras substâncias depressoras do sistema nervoso central. 

Pessoas que têm problemas de refluxo gastroesofágico e que usam zolpidem durante períodos de tempo prolongados podem ter sintomas, particularmente à noite, uma vez que se podem encontrar dormindo durante um evento de refluxo. O ácido gástrico pode permanecer no esófago por longos períodos de tempo e acarretar o risco do desenvolvimento de complicações como câncer esofágico. 

Zolpidem tem um baixo potencial para dependência e abuso. Contudo, a automedicação e a utilização prolongada podem resultar em dependência física e psicológica significativa, o que aumenta o risco de sintomas de abstinência. 

Quando pretender parar de usar, não deve deixar de usar zolpidem sem consultar um médico, especialmente se o tomou durante mais de duas semanas, já que pode resultar em síndrome de interrupção com Sintomas como tremores, dores do estômago e musculares, náuseas, vômitos, transpiração, rubor, cansaço, choro incontrolável, nervosismo, ataque de pânico, dificuldade para adormecer ou manter-se a dormir, tremor incontrolável de uma parte do corpo e, raramente, convulsão (5).

Embora não seja um narcótico, zolpidem é um medicamento depressor que produz efeito calmante no corpo, portanto pode-se ficar chapado quando se faz um consumo abusivo. Se o usuário engolir zolpidem irá ficar chapado após 30 minutos e manter-se-á durante várias horas. Caso o usuário inale o medicamento, a sensação de chapado poderá surgir mais rapidamente mas com menor duração de tempo. 

Algumas pessoas viciadas em zolpidem e com consumo abusivo desta substância, injetam-na intravenosamente para um efeito ainda mais forte. Quando alguém fica chapado com zolpidem pode sentir-se muito sonolento mas simultaneamente eufórico, podendo também ter alucinações auditivas ou visuais. Muitas vezes, os efeitos do abuso de zolpidem são semelhantes à intoxicação por álcool ou benzodiazepina.

Zolpidem deixa chapado?

Algumas das preocupações mais verbalizadas pelos pacientes que iniciam o uso de zolpidem têm que ver com os impactos neurológicos adversos. Nestes se incluem questões relacionadas com possíveis episódios psicóticos e declínio cognitivo.

Zolpidem dá alucinações?

Zolpidem pode causar distorções visuais e outros sintomas psicóticos (9). Tratando-se de um hipnótico, zolpidem tem sido usado como alternativa às benzodiazepinas para tratamento de insônia de curta duração. Porém, muitos casos relacionados com sintomas psicóticos após a toma de zolpidem têm sido reportados, havendo indícios fortes de associação entre zolpidem e alucinações. A distorção da percepção visual pode ocorrer após a ingestão de uma dosagem de zolpidem superior à recomendada.

Zolpidem causa esquecimento?

É sabido que zolpidem pode provocar perda de memória como efeito colateral, um sintoma de amnésia, especialmente com doses mais altas. Se tomar a medicação e não for dormir, a perda de memória pode acontecer com maior probabilidade. Existem relatos de pessoas que tomam o medicamento para dormir e que se mantêm acordadas e fora da cama, não se recordando porém dos eventos subsequentes.

Zolpidem causa esquecimento?

Zolpidem causa demência?

Demência é um termo utilizado para descrever um declínio na função cognitiva que é suficientemente grave para interferir com a vida diária. Pode afetar a memória, o pensamento e o comportamento e encontra-se associado ao envelhecimento. Embora haja muitos tipos de demência, a doença de Alzheimer é a mais comum. 

Apesar de que a ligação entre zolpidem e demência não está completamente esclarecida, há evidências que sugerem que o uso prolongado deste medicamento pode aumentar o risco de desenvolver compromisso cognitivo e demência (12). 

Um estudo publicado no jornal da American Geriatrics Society (14) concluiu que os adultos mais velhos que tomam zolpidem por mais de 90 dias têm um risco mais alto de desenvolver demência do que aqueles que não tomam o medicamento. É importante ressaltar que nem toda a gente que toma zolpidem desenvolve demência.

Um grande número de estudos demonstraram que zolpidem pode produzir um comportamento incontrolável de comer exageradamente durante a noite (6). A perturbação de alimentação relacionada com o sono caracteriza-se por acordar parcialmente durante a noite para ingerir comida, habitualmente nas primeiras 3 horas depois de se adormecer, e ocorrendo uma a seis vezes por noite. 

Os alimentos escolhidos são muitas vezes ricos em calorias e ingeridos em quantidades exageradas. Um estudo demonstrou o aumento do tecido adiposo abdominal durante a toma de zolpidem. Estes dados sugerem que o uso de zolpidem deve ser ponderado com muito cuidado nos casos de doentes com obesidade e diabetes.

Uma vez que os efeitos colaterais dependem de pessoa para pessoa, este é também o caso da pressão arterial. Diversos estudos identificam um efeito de aumento da pressão arterial com o tratamento com zolpidem, em especial nas pessoas com idade superior a 60 anos. 

Outros estudos referem que o efeito de acalmamento da atividade cerebral e consequente sensação de acalmia, traduziram-se em decréscimos observados da pressão arterial, tendo inclusivamente ajudado algumas pessoas com problemas crônicos de pressão alta.

A dor de cabeça é o terceiro efeito colateral mais referenciado pelos usuários de zolpidem, logo depois de boca seca e sonolência no dia seguinte à toma.

Zolpidem é uma substância que demonstra baixo potencial de abuso e dependência (3). Significa isto que o risco de adição é relativamente baixo, embora alguns estudos sugiram que quando se toma zolpidem em doses mais elevadas, este pode apresentar um potencial de abuso acrescido, mesmo entre pacientes sem história prévia de abuso de drogas ou álcool (2). 

Algumas pessoas utilizam erradamente zolpidem pelas suas propriedades sedativas, podendo ficar física ou psicologicamente dependentes da substância para dormir, enquanto que outros podem aumentar a dose se não conseguirem adormecer. 

Ademais, pacientes que tomem zolpidem diariamente durante mais de duas semanas podem desenvolver uma tolerância à substância, significando que a substância deixa de ser eficaz para ajudá-los a adormecer (13). 

O risco de desenvolver dependência fisiológica também aumenta se o medicamento for utilizado regularmente durante mais do que algumas semanas ou com dosagens superiores ao recomendado. Pacientes com dependência de zolpidem podem sentir sintomas de abstinência quando interrompem o tratamento.

Na luxuosa clínica The Balance, em Maiorca, Espanha, o tratamento de dependência de substâncias é realizado com uma equipe de profissionais de saúde mental acostumada a receber os clientes mais distintos e exigentes. O tratamento da dependência de fármacos como o zolpidem, pode ser realizado num dos contextos mais privilegiados e exclusivos do mundo.

(1) Bouchette D, Akhondi H, Quick J. Zolpidem. 2022 Oct 1. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan–. 

(2) Chattopadhyay AC, Shukla L, Kandasamy A, Benegal V. High-dose zolpidem dependence – Psychostimulant effects? A case report and literature review. Ind Psychiatry J. 2016 Jul-Dec;25(2):222-224. 

(3) Dang A, Garg A, Rataboli PV. Role of zolpidem in the management of insomnia. CNS Neurosci Ther. 2011 Oct;17(5):387-97. 

(4) Edinoff AN, Wu N, Ghaffar YT, Prejean R, Gremillion R, Cogburn M, Chami AA, Kaye AM, Kaye AD. Zolpidem: Efficacy and Side Effects for Insomnia. Health Psychol Res. 2021 Jun 18;9(1):24927. 

(5) Haji Seyed Javadi SA, Hajiali F, Nassiri-Asl M. Zolpidem dependency and withdrawal seizure: a case report study. Iran Red Crescent Med J. 2014 Nov 11;16(11):e19926. 

(6) Ho T, Jimenez A, Sanchez I, Seeger C, Joseph M. Sleep-related eating disorder associated with zolpidem: cases compiled from a literature review. Sleep Med X. 2020 Jul 18;2:100019. 

(7) Inagaki T, Miyaoka T, Tsuji S, Inami Y, Nishida A, Horiguchi J. Adverse reactions to zolpidem: case reports and a review of the literature. Prim Care Companion J Clin Psychiatry. 2010;12(6):PCC.09r00849. 

(8) Kovacic P, Somanathan R. Zolpidem, a clinical hypnotic that affects electronic transfer, alters synaptic activity through potential GABA receptors in the nervous system without significant free radical generation. Oxid Med Cell Longev. 2009 Jan-Mar;2(1):52-7. 

(9) Lähteenmäki R, Neuvonen PJ, Puustinen J, Vahlberg T, Partinen M, Räihä I, Kivelä SL. Withdrawal from long-term use of zopiclone, zolpidem and temazepam may improve perceived sleep and quality of life in older adults with primary insomnia. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2019 Mar;124(3):330-340. 

(10) Mortaz Hejri S, Faizi M, Babaeian M. Zolpidem-induced suicide attempt: a case report. Daru. 2013 Dec 20;21(1):77. 

(11) Orsolini L, Chiappini S, Grandinetti P, Bruschi A, Testa R, Provenzano A, Berardis D, Volpe U. ‘Z-trip’? A Comprehensive Overview and a Case-series of Zolpidem Misuse. Clin Psychopharmacol Neurosci. 2021 May 31;19(2):367-387. 

(12) Shih HI, Lin CC, Tu YF, Chang CM, Hsu HC, Chi CH, Kao CH. An increased risk of reversible dementia may occur after zolpidem derivative use in the elderly population: a population-based case-control study. Medicine (Baltimore). 2015 May;94(17):e809. 

(13) Vlainić J, Jembrek MJ, Vlainić T, Strac DŠ, Peričić D. Differential effects of short- and long-term zolpidem treatment on recombinant α1β2γ2s subtype of GABA(A) receptors in vitro. Acta Pharmacol Sin. 2012 Dec;33(12):1469-76.

(14) American Geriatrics Society 2012 Beers Criteria Update Expert Panel. American Geriatrics Society updated Beers Criteria for potentially inappropriate medication use in older adults. J Am Geriatr Soc. 2012 Apr;60(4):616-31.

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