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A vigorexia feminina, também chamada de dismorfia muscular, é um transtorno psicológico marcado pela obsessão em alcançar um corpo musculoso e definido, mesmo quando a pessoa já apresenta boa forma física. Embora historicamente associada aos homens, esse distúrbio também afeta mulheres, mas de modo diferente: geralmente vinculado a dietas restritivas, treinos excessivos e à busca do ideal “forte, mas magra”.
Esse artigo explora a vigorexia em mulheres, analisando suas causas, sintomas, consequências e estratégias de tratamento. Além de destacar o impacto da mídia, das redes sociais e das pressões sociais sobre a imagem corporal feminina, ele ressalta a importância do reconhecimento clínico e da conscientização para prevenir e tratar o problema.
Principais pontos (Key Takeaways)
O termo “vigorexia”, ou dismorfia muscular, foi cunhado na década de 1990 por Harrison G. Pope Jr., psiquiatra de Harvard, que realizou uma extensa pesquisa sobre distúrbios da imagem corporal, especialmente na comunidade de fisiculturistas.
Pope originalmente se concentrou em homens que sofriam de dismorfia corporal e que, apesar de seu físico musculoso, acreditavam que eram pequenos e fracos. Ele descreveu a condição clinicamente como dismorfia muscular pela primeira vez em 1997, como um subtipo de transtorno dismórfico corporal (TDC). A pesquisa de Pope destacou a tensão psicológica sofrida por esses indivíduos e pediu que a dismorfia muscular fosse reconhecida como um distúrbio distinto (2).
Embora os estudos iniciais tenham se concentrado quase que exclusivamente em homens, principalmente atletas e fisiculturistas, pesquisas posteriores começaram a identificar que as mulheres também eram afetadas, embora as manifestações fossem diferenciadas por normas de gênero, expectativas sociais e ideais estéticos. Nas mulheres, a condição geralmente se sobrepõe a distúrbios alimentares, exercícios compulsivos e distorções da imagem corporal influenciadas por retratos da mídia do ideal “tonificado e magro” (3).
Nas últimas duas décadas, psicólogos e pesquisadores como Kathleen Martin Ginis, Marika Tiggemann e Jorunn Sundgot-Borgen contribuíram significativamente para ampliar a compreensão dos problemas de imagem corporal entre mulheres ativas. Seus estudos exploram como atletas do sexo feminino e entusiastas do fitness desenvolvem imagens corporais desordenadas sob a pressão de se adequarem a ideais de magreza e musculatura (4, 5, 6).
O surgimento das mídias sociais e da cultura da “inspiração física” chamou a atenção de estudiosos como Bryan Karazsia e Rachel Rodgers, que investigaram o impacto das plataformas digitais sobre a insatisfação corporal e a dismorfia muscular, inclusive em mulheres. Esses trabalhos enfatizam coletivamente que a dismorfia muscular, incluindo a vigorexia feminina, merece mais atenção nas estruturas de diagnóstico psiquiátrico e de transtorno alimentar (7, 8).
Globalmente, os dados sobre a vigorexia feminina são limitados, pois grande parte da pesquisa epidemiológica se concentra nos homens. No entanto, estudos estimam que a dismorfia muscular afeta cerca de 2 a 3% da população em geral, com maior prevalência entre atletas, profissionais do fitness e fisiculturistas. (9, 10, 11).
As mulheres brasileiras enfrentam intensa pressão da sociedade e da mídia para alcançar tipos de corpos idealizados – geralmente magros, esculpidos e musculosos. Parte significativa das mulheres que frequentam academias de ginástica apresentam sintomas consistentes com dismorfia corporal ou vício em exercícios. Embora nem todos esses casos se qualifiquem como vigorexia, a sobreposição sugere que a condição é subidentificada, mas está presente.
Os setores de fitness e cirurgia plástica do Brasil, combinados com a influência das mídias sociais, evidenciam os padrões não saudáveis de imagem corporal, tornando o país um ambiente de alto risco para o desenvolvimento de distúrbios como a vigorexia feminina, e um dos países onde são realizadas mais cirurgias estéticas. Apesar disso, a conscientização entre os profissionais de saúde continua baixa, e poucas campanhas de saúde mental abordam explicitamente o ideal muscular nas mulheres (12).
A vigorexia feminina, ou dismorfia muscular em mulheres, é um subtipo de transtorno dismórfico corporal em que os indivíduos buscam obsessivamente a musculatura, muitas vezes combinada com a magreza, acreditando que seus corpos não estão em forma ou não são suficientemente musculosos. Diferentemente dos transtornos alimentares tradicionais que enfatizam a magreza, a vigorexia afeta o desenvolvimento muscular – embora muitas vezes dentro dos limites “femininos” socialmente prescritos (13, 14, 15).
Para muitas mulheres, esse distúrbio envolve rotinas de exercícios intensos, regimes alimentares rigorosos, uso de suplementos ou esteroides e sofrimento emocional ligado à aparência corporal. Esses comportamentos geralmente atrapalham o funcionamento pessoal, social e ocupacional, o que o torna um problema psicológico grave (16).
As duas últimas décadas testemunharam uma mudança cultural significativa do “ideal magro” para a estética “forte é o novo magro”. Embora esse movimento tenha sido inicialmente celebrado como fortalecedor, ele criou um novo padrão de beleza igualmente rígido: magro, mas musculoso, forte, mas feminino. As representações na mídia, os influenciadores do fitness e o marketing das marcas geralmente retratam o corpo feminino ideal como tonificado, com abdominais visíveis, glúteos e o mínimo de gordura – alimentando a insatisfação e os esforços compulsivos para se adequar (17).
Em países onde a imagem corporal desempenha um papel social central, esses ideais são particularmente influentes. Plataformas de mídia social como Instagram e TikTok expõem os usuários a comparações intermináveis, criando pressão para fazer dieta, exercícios e documentar obsessivamente o progresso da forma física (18).
Nas mulheres, as alterações hormonais (por exemplo, durante a puberdade, a gravidez ou a menopausa) podem intensificar a insatisfação corporal e torná-las mais suscetíveis a distúrbios como a vigorexia. A presença de transtornos concomitantes, como anorexia nervosa, bulimia nervosa ou vício em exercícios, também pode funcionar como porta de entrada para a dismorfia muscular (19, 20).
Muitas mulheres com vigorexia relatam baixa autoestima, tendências perfeccionistas e traços obsessivo-compulsivos. Para algumas, o transtorno pode ter origem em experiências infantis de vergonha do corpo ou trauma, em que o controle sobre a forma do corpo se torna uma forma de enfrentamento. O reforço social – como elogios por dedicação, disciplina ou aparência – reforça o comportamento compulsivo (21).
A família, os colegas e os parceiros românticos podem contribuir, sem saber, valorizando os padrões estéticos ou incentivando a validação baseada na aparência. Entre os profissionais do fitness ou atletas, a linha entre a disciplina saudável e a obsessão patológica torna-se tênue, e a cultura pode desencorajar a busca de ajuda (22).
Embora menos pesquisados, estudos preliminares sugerem uma predisposição genética à dismorfia corporal e a comportamentos obsessivo-compulsivos. Desequilíbrios neuroquímicos envolvendo serotonina, dopamina e norepinefrina também podem desempenhar um papel no desenvolvimento de distúrbios da imagem corporal (23).
Os primeiros sinais de vigorexia feminina costumam ser sutis e, muitas vezes, até socialmente encorajados. A mulher pode começar a demonstrar uma preocupação crescente com a aparência corporal e, especialmente, com a definição da musculatura. Esse foco na estética leva, em muitos casos, a uma rotina intensa de treinos, com várias horas diárias dedicadas à academia, especialmente em sessões de treinamento de resistência que, por vezes, se tornam excessivas (24).
Além disso, é comum que ela adote dietas altamente restritivas, geralmente ricas em proteínas e pobres em outros nutrientes, ao mesmo tempo em que evita eventos sociais que envolvam comida, como festas ou jantares (25).
A verificação constante do próprio corpo, o uso frequente do espelho e a comparação com outras pessoas também são comportamentos recorrentes. Quando não consegue treinar ou sente que seu progresso foi interrompido, é comum que experimente ansiedade ou sintomas depressivos. Em alguns casos, pode recorrer ao uso de suplementos, queimadores de gordura ou até mesmo esteroides anabolizantes, mesmo sem qualquer orientação médica (26, 27).
Diferente dos homens com vigorexia, que costumam buscar o aumento do volume e da massa muscular, as mulheres geralmente almejam um corpo esculpido, com definição muscular e o mínimo possível de gordura corporal. Essa busca pode levá-las a um estado de magreza extrema, com consequências sérias para a saúde, como a perda da menstruação (amenorreia), fadiga intensa e outros efeitos físicos e psicológicos negativos (28).
A vigorexia feminina pode levar a profundas complicações físicas, psicológicas e sociais.
No aspecto físico, são comuns lesões crônicas causadas pelo excesso de treinamento, além de distúrbios hormonais como amenorreia e infertilidade. O uso exagerado de estimulantes e a intensidade dos exercícios podem gerar tensão cardiovascular. Dietas restritivas contribuem para desnutrição e deficiências nutricionais, enquanto o uso inadequado de suplementos ou esteroides pode provocar danos ao fígado e aos rins (29, 30).
Do ponto de vista mental, a vigorexia está associada a altos índices de depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo. Também pode levar ao isolamento social, resultado de rotinas rígidas e insatisfação com a imagem corporal. Há ainda maior propensão a desenvolver transtornos concomitantes, como ortorexia e distúrbios alimentares (31).
Nas relações familiares e afetivas, a condição pode causar afastamento emocional, fazendo com que parceiros e familiares se sintam alienados ou desamparados. Conflitos são comuns, especialmente por conta da rigidez do estilo de vida e dos custos relacionados a suplementos ou serviços como personal trainers. Filhos expostos a esses comportamentos podem desenvolver ansiedade ou uma autoimagem distorcida (32).
Com o tempo, a vigorexia pode afetar seriamente a qualidade de vida, comprometendo o progresso profissional, a vida social e o equilíbrio emocional da pessoa.
O tratamento da vigorexia feminina requer uma abordagem multidisciplinar que integre apoio psicológico, nutricional e médico. Como muitas mulheres com vigorexia podem não perceber que seus comportamentos são desordenados, o tratamento começa com a conscientização e o reconhecimento.
A Terapia cognitivo-comportamental (TCC) ajuda a desafiar as crenças distorcidas sobre a imagem corporal, o perfeccionismo e a autoestima. Ela também aborda comportamentos compulsivos, como treinamento excessivo ou rituais alimentares rigorosos. A Terapia de aceitação e compromisso (ACT) ajuda os pacientes a aceitar suas emoções e seu corpo como são, reduzindo a necessidade compulsiva de controle. Já a Terapia familiar pode ser muito útil para adolescentes ou mulheres jovens que vivem com a família, ajudando a lidar com dinâmicas de habilitação ou reforço (33, 34, 35).
O aconselhamento nutricional é fundamental no tratamento da dismorfia muscular. Um nutricionista pode orientar um plano alimentar equilibrado, evitando excessos ou restrições, e promovendo uma relação saudável com a comida.
O acompanhamento médico é importante para detectar possíveis complicações, como alterações hormonais ou lesões. Endocrinologistas e clínicos podem avaliar os impactos físicos e prevenir problemas maiores.
Em alguns casos, medicamentos psiquiátricos, como os ISRS, podem ser usados para tratar sintomas de ansiedade ou TOC, comuns na dismorfia muscular. A prescrição deve ser feita por um profissional de saúde mental (36, 37).
A terapia coinhecida como Mindfulness ajuda a reconectar com o corpo de forma consciente e sem julgamentos, promovendo uma relação mais saudável com a própria imagem. As Terapias baseadas em movimento, como dança, ioga e atividades não competitivas, incentivam o prazer no movimento sem foco na estética, favorecendo a positividade corporal. As terapias artísticas ou expressivas auxiliam na exploração da identidade e no enfrentamento das emoções ligadas à obsessão com o corpo (38).
Na Clínica de Luxo The Balance, o tratamento da dismorfia muscular feminina é conduzido de forma holística, com foco na recuperação física, emocional e social. Combinando terapia especializada, suporte nutricional e reabilitação personalizada, a clínica oferece um ambiente acolhedor e exclusivo para mulheres afetadas por esse distúrbio. Ao compreender as causas profundas da vigorexia, The Balance promove uma recuperação duradoura e fortalece a autoestima, contribuindo para uma vida equilibrada e livre da obsessão com a aparência física.
A Balance RehabClinic é uma provedora líder de tratamento de dependência de luxo e saúde mental para indivíduos ricos e suas famílias, oferecendo uma mistura de ciência inovadora e métodos holísticos com atendimento individualizado incomparável.